Minha amiga está saindo com um cara muito estranho. Quando perguntei porque ela decidiu sair com ele, ela simplesmente disse que "não sabia". Aconteceu. Mas será que há uma razão para isso?

               Sempre há uma razão. Pode ser porque ele tem um bom papo. Ou porque ele é rico, bem de vida, estiloso, bonito, influente, romântico, boa pinta, estudioso, galanteador... sempre há algo que nos faz pensar duas vezes antes de recusar um convite para sair. Ás vezes, aceitamos de primeira. Podemos até fazer um charminho, mas, no fim, acabamos aceitando. Ás vezes é preciso muita insistência - o cara precisa ter lábia, ser esperto. Outras vezes, não tem jeito: é preciso dizer não.

               A verdade é que essa história de "ficar" é muito estranha. Quer dizer, se eu ficar com um cara só porque ele é bonito, vou ser chamada de fútil. Se eu estiver com ele porque ele é esperto - mas é um pouco feínho -, vou ser chamada de louca. Tá entendendo? Para algumas pessoas, a opinião dos outros é sempre a mais importante. E não deveria ser assim.

               E daí que aceitei sair para um barzinho só porque ele tem tanquinho? Ou porque tem dinheiro? É só uma noite, uma conversa - não vai ser pra vida inteira. Se, durante o papo, eu perceber que ele tem conteúdo, ótimo - ponto para ele. Se não, paciência. Vou beber um pouquinho, pedir um petisco... aposto que a falta de inteligência dele vai me render boas risadas. O ponto nessa história toda, minha amiga, é que não devemos julgar só porque estamos aproveitando bem (e muito bem) nossas vidas. E não devemos julgar o livro pela capa, não! Já conheci muitos caras que não eram tão bonitos, mas que eram muito inteligentes.

               Depois de dois meses, minha amiga assumiu o namoro com o tal cara. Perguntei novamente porque ela estava com ele, e, desta vez, obtive uma resposta.

               "Ele é gentil e engraçado na medida certa. Ele não é muito bonito, mas é educado. E adora animais. Ele não é um príncipe encantado, claro. Tem seus defeitos. Muitos defeitos. Mas ele me ouve. Cuida de mim. Isso basta".

               No final, tudo se resume à isso. É preciso companheirismo, carinho... o resto a gente conquista, conserta e aprende com o tempo. 

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

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