A gente se apaixona pelo conceito. Pelo conceito de ter alguém do lado para assistir um filminho no fim da noite, para partilhar as alegrias e as tristezas e para dizer um 'eu te amo' na hora de dormir. A gente se apaixona pelo conceito de ter alguém para chamar de "meu namorado" e, consequentemente, se apaixona pelo status do Facebook que, na real, nem vale de nada. A gente se apaixona pelo o que a gente pensa que conhece de alguém, e não pelo o que de fato a pessoa é. A gente se apaixona pela idealização de uma relação perfeita, pela idealização de momentos e sonhos, e não pelo o que de fato acontece. Se apaixona pelo todo, e não pelos pequenos detalhes. Se apaixona pelas legendas fofinhas nas fotos, pelos comentários de "que casal perfeito", pelas declarações e carícias trocadas em público. Ficamos cegos, surdos, mudos. A gente se apaixona cedo e fácil demais. 

A gente se entrega. Se entrega de corpo, alma e coração, e se esquece que uma relação só dá certo quando há reciprocidade. O amor é uma via de mão dupla - não adianta você mover mundos e fundos por uma pessoa, porque se ela não estiver disposta a estar emocionalmente disponível para você, não vai dar certo. Mesmo assim, a gente se apaixona, se entrega, e, num piscar de olhos, quebra a cara. Quebra a cara porque se esquece que a gente não pode doar mais do que recebe. 

Categoria:

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

LEIA TAMBÉM!