Ontem a noite, por algum motivo, lembrei de você
Do seu sorriso quando nossas mãos se tocavam
Do seu cheiro que invadia meus pulmões, me fazendo arfar
Memórias, são apenas memórias
Acho que tentei me enganar 

Naquele dia, eu não me despedi
Soltei sua mão quando deveria ter segurado
Você estava parada, esperando por uma resolução
No pé da escada, eu te via de longe
Não consegui dizer adeus, não consegui te ver chorar
O carma é uma bosta
Onze anos depois, eu ainda me pego pensando naquela manhã 

Você me deixou por algum motivo
Gosto de acreditar que nunca daríamos certo
Mas, ainda me pego pensando naquela noite
Até agora, não sei o que é pior
Ter me rendido a curiosidade, ou nunca ter entrado naquele carro 

Por que insisto em lembrar apenas das coisas boas?
Eu deveria me apegar na dor que senti quando você foi embora
Mesmo depois de prometer que aquela noite não mudaria nada
Do quanto me senti suja, um prêmio para você mostrar aos seus amigos
Para rirem do quanto sou fodida da cabeça
Você tem sempre os mesmos padrões, e agora eu vejo isso
É uma pena que eu nunca mais fui a mesma depois daquele dia 

Eu ainda choro com aquela música idiota
Novembro está chegando, e aquela noite fará aniversário
Ninguém segurará minha mão quando os flashs assombrarem os meus sonhos
Você nunca se lembrará dos detalhes
Nunca vai se importar com os meus problemas
E nem se preocupar com as feridas
E isso é uma merda, porque você me quebrou de novo 

Porque nós teríamos superado tudo
Nós teríamos sido apenas boas amigas
Era só isso que eu estava pedindo
Mas agora toda vez que lembro de você, um gosto amargo me consome
Ninguém deveria ser tratado daquele jeito
O carma realmente é uma bosta
Eu te deixei há onze anos
E você me destruiu há quase um 

Categoria:

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

LEIA TAMBÉM!