minha mente sempre navega para lugares que não quero ir 
você sabe, ás vezes eu me fecho demais 
eu continuo machucada, danificada 
é uma pena que as coisas precisem ser assim 

por muito tempo fui minha pior inimiga 
era difícil me olhar no espelho 
me reconhecer além de todas aquelas coisas 
que me levavam ao céu 
mas não duravam mais que três minutos 

até hoje eu tento me convencer 
de que fiz o certo ao ir embora 
que fiz o certo ao quebrar seu coração 
conte uma mentira quantas vezes precisar 
até ela se tornar verdade 

eu não sinto sua falta
ás vezes eu me pego pensando em você 
o que tem de errado nisso? 
acho que só estou um pouco chapada 
tente compreender 
quando digo que foi melhor assim 

deixei destruição e corações partidos por onde passei 
conheci as piores pessoas, elas me trouxeram até aqui 
eu poderia ter dito não, eu poderia ter ido embora 
mas eu só queria chegar até o fim daquela estrada 
talvez eu tivesse a esperança de te encontrar por lá 

toda noite eu tentava te encontrar
em uma garrafa, entre a fumaça, entre as pílulas 
tantos corpos, nenhuma boca pra me dizer a verdade 
ninguém pra me puxar de volta 
talvez eu devesse me perdoar 

eu não sinto sua falta 
faz muito tempo que eu não penso em você 
mas ás vezes isso acontece 
o que tem de errado nisso? 
eu não posso ir por aquele caminho de novo 
não há nenhuma versão melhor de mim no fim da linha 
somente a pior, e não quero mais encontrá-la 
eu não posso ir por aquele caminho de novo 
agora sei que você não estrará lá
é, você não vai estar lá 

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

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