se eu pudesse entrar na sua cabeça 
e ver o que se passa 
será que eu me arrependeria? 
eu sei, nós finalmente cruzamos a linha 
do que foi real 
e de tudo o que eu já inventei 
e se está tudo bem para mim
por que não pode estar para você? 

sua culpa é uma serpente 
ela me envenena, se enrosca em mim 
será que você consegue sentir? 
eu te olho e já não sei mais o que dizer 
sinto que já dissemos tudo 
mas ao mesmo tempo, nós não dissemos nada 
do que deveríamos ter dito 
não há mais o que justificar
eu já coloquei todas as cartas na mesa 
o silêncio é bom, mas de nada acalma 
não quando me sinto contaminada 
pelo seu medo desenfreado 
eu estou tão cansada de me repetir 
eu sei que você tem todas as razões do mundo
nós já nos machucamos tantas vezes
mas desta vez não é sobre mim 
não, não desta vez

você me desmonta 
me envolve e enlouquece  
e eu grito, porque sinto
e não há palavras 
eu errei a rota, sai do radar 
seu gosto doce ainda em mim 
eu fecho os olhos, só queria estar lá 
mas eu acho que se você pudesse voltar no tempo 
você voltaria
e se ficou tudo bem pra mim
por que não pode ficar para você? 

quando alguém conhece sua pior versão 
mesmo que tudo diga não 
é impossível não ser vista sempre como a vilã
aquela que quebrará e será quebrada 
e não há tempo 
nada parece real 
nada parece o bastante 
você me obriga a interpretar esse papel todas as vezes 
mas eu já não sou assim faz tempo 
tanto, tanto tempo 
estou ficando cansada de me repetir 
de tentar mostrar que existe um caminho 
que tudo pode ser diferente 
porque mesmo que agora seja diferente 
mesmo que agora eu seja diferente
não importa, realmente não importa 
quando todos esperam algo de mim 
não vai ser eu quem vai ser puxada de volta 
por que você é tão obcecada em querer controlar tudo? 

naquele curto pedaço de tempo 
eu acho que entendi 
sim, eu entendi 
e mesmo que tudo diga não 
eu tenho tempo 
mas eu sei, agora eu sei 
que se eu pudesse ler sua mente 
eu me arrependeria 
sim, eu me arrependeria

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QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

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