andei por tantos lugares 
ruas, cidades, até por bares 
todos eles eu via você 
era como se nada afastasse essa memória 
que insiste em transbordar 
eles sempre me diziam 
"você a procura"
e eu juro que nunca te procurei 
eu juro que nunca procurei por isso 

eu costumava fazer de tudo
quantas bocas beijei procurando pela sua? 
quantos corpos toquei desejando descobrir o teu? 
quanto mais no escuro 
mais claro na minha memória 
e você estava lá 
sempre esteve lá 
nas coisas, nos lugares, nas pessoas 
seu nome embaralhado nos detalhes 
seu cheiro tão vívido na memória
e eu juro que nunca te procurei
eu juro que nunca procurei por isso

por quanto tempo esse amor me machucou
até eu descobrir que não era isso que eu sentia?
por quanto tempo eu corri
até descobrir que era inevitável ser puxada de volta? 
quando tempo eu demorei 
pra deixar tudo isso no passado? 

eu quebro as amarras e embaralho as lembranças 
você desaparece, eu confundo os sinais
eu disfarço, mas meu meu corpo estremece e implora pra descobrir o teu
você me pede para ir embora 
eu me despeço em silêncio 

o que nós não dizemos enquanto estamos em silêncio? 
o que essa voz quer tanto nos dizer? 

se alguém pudesse nos contar todos os segredos
antes de apagarmos todas as memórias 
nós ainda encontraríamos o caminho de volta? 

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QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

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