Bato em sua porta, pronta pra reviver nossos piores momentos
Tantos remorsos se acumularam, como isso é possível?
Será que nos esquecemos de esquecer?
Que grande piada
Não vejo uma saída, não há saída
Então você abre a porta
Me olha como se eu fosse um monstro
E talvez eu seja mesmo
E esteja sempre embaixo da sua cama
Na espreita, esperando
Você acordar
Que pena!
Os demônios querem sua alma
E eu só quero sua carne
É tão difícil assim de entender?
Eu deveria ter guardado algumas coisas pra mim
Talvez agora estaríamos intactas
Livres de qualquer problema
Longe desse imã
Longe dos problemas
Mas quem disse que a vida é perfeita?
Ilusão
É sempre mais escuro no meio da madrugada
E nossas sombras tentam disfarçar o que nosso corpo não consegue
Deixe-me guardar algumas ressalvas, eu preciso aprender a ficar calada
Mesmo assim, preciso dilacerar sua mente com algumas de minhas queixas
Você é tão má!
A própria crueldade em pessoa
Você aprendeu com a melhor, eu sei
E mesmo que eu seja uma boa professora
Ainda não consegui deixar de ser cega e tola
Não se pode ser
Ou ter tudo
Nessa vida
Ingrata!
Você consegue ouvir?
Consegue ouvir?
Ruídos incômodos vindo das nossas mentes, almas, corações
São sofrimentos, apenas sofrimentos
E por mais que olhemos para o horizonte
Não há saída, não há esperança
Não para nós
Então liberte-se!
Liberte-se e me liberte
Me liberte de você uma vez por todas
Deixe-me ir, pois preciso
São anos e anos de escravidão
Eu só preciso recomeçar
Longe de você e da sua corja de assassinos
Do seu cheiro que impregna meu quarto mesmo há quilômetros de distância
Dos seus olhos de coruja
Ah, meu bem
Você sempre será a minha favorita
Mas preciso ir
Preciso que você me deixe ir
Preciso que você
Me
Liberte

Categoria:

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

LEIA TAMBÉM!