Quando é que a gente percebe que está apaixonado? Que ama alguém? Já parou para pensar nisso?
Gostar é muito fácil. Rápido. E o gostar está muito mais relacionado com o fato da gente se acostumar com a presença de alguém, do que com todas aquelas coisas malucas que dizem que acontecem quando você se apaixona. Quer dizer, posso até gostar de você, mas a chance de eu dormir e acordar pensando em como nós seríamos perfeitos juntos não é muito grande.
É tudo muito complicado. Complicado demais pra uma mente confusa como a minha.
A verdade é que eu não sei mais o que fazer comigo mesma. Não sei o que fazer conosco, se é que existe um "nós" nessa equação. Existe uma equação? São tantas perguntas. Tantos sentimentos. E medo. Muito medo. Eu já não sei mais o que fazer, entende? Não sei para onde todos esses sentimentos vão me levar... porque já estou imersa neles. Na língua inglesa, as pessoas usam a expressão "in love" quando querem dizer que estão apaixonados, e, nos últimos tempos, essa expressão anda definindo exatamente a minha vida.
Eu estou imersa. Imensa em pensamentos que sempre me levam até você. E não importa o que eu faça, ou onde esteja, sempre acabo voltando para o mesmo frenesi - você você você você você. É um caminho sem volta, eu sei. Porque toda vez que entro nesse frenesi, sinto que pertenço muito mais a você do que qualquer outra coisa, ou outra pessoa. Então eu entendo. Entendo o que eles querem dizer quando dizem que estão "imersos no amor". Porque eu me sinto assim - cercada, sufocada, permeada.
E não importa o quanto eu tente - porque eu tentei. Tentei com afinco esquecer, te prender nos cantos mais obscuros da minha mente, te varrer pra algum cantinho esquecido... mas não consegui. Simplesmente não consegui. E eu não consigo mais. Não consigo mais, não consigo. Eu fui pega. Eu me rendo. Fazer parte desse frenesi e estar imersa nesses pensamentos significa que perdi o jogo. Significa que não há mais nada que eu possa fazer se não me entregar e mergulhar de uma vez por todas nesse mar de águas obscuras.
Eu posso não saber quando me apaixonei, mas, de alguma maneira estranha, sei que isso já aconteceu. É difícil colocar em palavras um sentimento que nem os melhores poetas conseguiram descrever ao longo dos séculos, mas talvez você me entenda um pouco depois de ler isso. E, embora eu ainda não entenda o porque, só de admitir isso tudo já me sinto um pouquinho mais aliviada.