Há um grito em minha garganta
pronto para sair, pronto para sair
Estou com tanto frio
mas tudo parece bem, parece bem
Ah, se soubesse a diferença...
de como eu estou e como eu me enxergo
Há tantos caminhos, tantas encruzilhadas
e eu sei que só você pode me fazer
voltar para casa

Eu tenho muito a dizer
mas nada a acrescentar, nada a acrescentar
Você pode me ensinar a diferença?
Eu tenho muitas coisas para fazer
mas nada para concretizar, nada para concretizar
Você pode me ensinar a diferença?
Pois você me conhece, você me conhece
é muito fácil seguir em frente
quando não se tem mais nada a perder

Eu sai de casa aos dezoito anos
invadi a cidade grande pra tentar a sorte
Você percebe?
Eu deixei um pedaço de mim quando fui embora
mas não precisa se preocupar
não há nenhuma urgência aqui, há?
E é nesse momento em que eu abro os olhos
respiro fundo e admito que não há nenhuma vergonha
em admitir que eu preciso de alguém além de mim

São sete horas de uma manhã de sábado
estou com as malas prontas
pronta para voltar para casa
Não, nesse momento eu não tenho medo
nesse momento eu não sinto tristeza
Estou voltando para o meu lar
para perto de minha família
Você percebe a diferença?
Estou de volta a minha cama
e ela é quente e acolhedora como sempre

Não vou mais reter os meus sentimentos
não vou mais ter vergonha de pegar o telefone
e dizer que preciso conversar
Eu não tenho que ficar sozinha!
Eu não preciso combater os meus demônios
sozinha
E tudo ficará bem, ficará bem
Eu sei exatamente onde ir
sei exatamente onde me encontrar

É aqui onde eu me encontro
ao lado daqueles que sempre me estenderam as mãos
É aqui onde eu me encontro
quando estou prestes a quebrar
É aqui onde eu me encontro
quando estou prestes a desistir

Lar 

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

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