Pela primeira vez estou preocupado com a roupa que irei vestir. Meu quarto está uma bagunça, há roupas espalhadas por todo o chão e, quando me olho no espelho, percebo que eu deveria ter aceitado o conselho da minha mãe e ter comprado algumas camisetas novas. Mas agora já não há mais tempo. Estou atrasado, e realmente não preciso de mais um impasse. Não posso estragar tudo. Não desta vez. 

Sei que devo aparentar nervosismo, porque, ao sair de casa, tudo o que consigo pensar é em como meu cabelo está horrível. Perto do carro, percebo que esqueci as chaves em cima da mesinha de cabeceira. Típico. Tão típico! Vinte minutos depois, surpreendentemente, consigo ligar o carro. As chaves não estavam na mesa. Encontrei-as no chão, perto de algumas meias sujas. Por que eu tenho que ser tão desorganizado?

Inquieto, nervoso e com mil pensamentos fervilhando, não consigo prestar atenção na estrada. Ligo o som, mas, por ironia do destino, todas as músicas me fazem pensar em você. E até as mais tristes, com ares de depressão, me fazem querer beijar a sua boca e dizer o quanto eu te amo. Isso é tão estranho, não é? Quando estamos apaixonados, parece que qualquer canção se torna parte de uma trilha sonora de uma novela da qual somos protagonistas. 

Você se tornou a garota da qual as canções falam. E acho que, mesmo se nós não nos encontrarmos mais, elas sempre vão me lembrar você. Coisas que vivemos, falamos e prometemos. Isso é muito assustador, porque sempre julguei aqueles caras que escutam Taylor Swift. Mas veja bem, agora Out Of The Woods está tocando, e eu não consigo parar de pensar no quanto eu te magoei. Quero você de volta - e é por isso que estou dirigindo para sua casa às 2:02 da manhã. 

Então me diga: nós já estamos fora de perigo? 

QUEM ESCREVEU?

Iule Karalkovas
30 anos. Tem um gato chamado Alycia. Sonhadora, poeta, crítica. Ama escrever. Começou o VIDA E ÓCIO em 2012 e até hoje mantém postagens não tão regulares.

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