" — Eu gosto de te ver sorrir assim, Lucy. Gosto mesmo."
Dormir já não era um problema. Acordar, menos ainda. As memórias, com o tempo, souberam se aquietar e Lucy finalmente podia dizer aos quatro ventos que se esquecera do seu passado sombrio. Foi difícil, ela sabia, mas agora tudo estava em paz.
Mas, sua vida não foi só maravilhas. Apesar de ter se esquecido dos seus piores erros, Lucy não conseguia se livrar de seu maior fantasma do passado. Em vez disso, se apegou com todas as suas forças no sentimento da saudade. De vez em quando, nos momentos em que sentia-se fraca e transtornada, ela se permitia ligar para o seu velho amigo. Os dois até conversavam por algum tempo, mas ambos sabiam que algo havia mudado.
Depois de perder tudo só para então reconquistar tudo outra vez, ela se sentia no dever de mostrar que havia conseguido mudar... que aceitara a vida como ela realmente é. E, para provar isso, passou anos e anos tentando conseguir outra chance com o seu grande amor.
(...)
O tempo passou mais rápido. Lucy conheceu vários lugares, pessoas e sensações. Errou mais algumas vezes, sentiu saudade, chorou de alegria, gritou de tristeza... aprendeu com os seus erros e com a vida. A verdade é que ela sabia que mesmo as suas piores dores serviram para lhe mostrar que nada acontece por acaso.
E, se você quiser saber se ela apaixonou novamente, é claro que ela se apaixonou. Muitas vezes! E esse sentimento continuou sendo intenso, avassalador. Mas, de todas as vezes que ela se permitiu se entregar, era porque ela tivera a absoluta certeza de que os sentimentos eram mútuos: porque a vida se trata disso. Arriscar-se. Não é?
O que não te mata, te faz mais forte.