Nunca parei para pensar no que eu realmente queria fazer quando crescesse - muito pelo contrário, eu sempre deixei a vida me levar. Mesmo assim, parece que eu sempre soube o que fazer. Sempre soube o que querer. Tive muitas chances. Tive muitas perguntas - eu só não tive respostas. As pessoas ao meu redor queriam coisas de mim, coisas que, na maior parte do tempo, eu não podia dar.
Isso é muito, muito injusto.
(...)
Pensei que estava fazendo a coisa certa quando fiz a minha primeira escolha. Sorri muito e encarei, com toda garra e coragem, os desafios que se opuseram em minha frente. Medo? Deixei para trás, juntamente com um punhado de roupas, lugares e amigos - e eles, em sua grande maioria, eram de coração. Não liguei... esperei o momento certo (ou errado, quem sabe) para me preocupar com o que estava por vir: as consequências.
Agora estou me sentindo um pouco sozinha. Solitária. Isolada, fora do lugar. Sinto falta do cheiro de casa limpa, da rotina e dos lugares, das pessoas, da comida... sinto falta até daquelas coisas que, antigamente, não tiveram muito importância. Estou um pouco inquieta. Vazia.
(...)
Mas, então... aconteceu. Me fizeram perguntas óbvias, simples e diretas.
Não consegui responder nenhuma delas - tudo o que eu sabia era que eu estava ali. Só estava, não gostava.