“Tudo começa quando o seu objeto de afeto concede a você uma dose inebriante de algo que você nunca ousou admitir que queria – uma droga emocional de um amor trovejante e alucinógeno. Depois... bom, depois você logo começa a querer aquela sensação com uma obsessão faminta de um drogado. Quando isso lhe é negado, você fica doente, louco e com ressentimento do fornecedor, que incentivou esse vício e agora se recusa a dar o que você quer”
— Estou só frustrada, preocupada. Não entendo.
— O que você não entende? O que está acontecendo?
— Você não me olha nos olhos, você não conversa mais comigo...
— Ninguém agradece por fazer a cama!
— Você não transa comigo!
— Ás vezes não estou a fim!
“Maldito! E ele costumava me dar o seu amor de graça. Tudo está de cabeça para baixo. No próximo estágio você está magra, tremendo em um canto com uma única certeza: você venderia até a sua própria alma só para ter aquilo só mais uma vez”
— Então porque não discutimos isso? Por que não resolvemos? Por que não agimos como adultos?
— Ok. Certo. Posso ter o meu espaço? Que tal isso?
“Você está sofrendo. Enquanto isso, o seu objeto de adoração sente repulsão por você”
— Nem sempre você me faz infeliz.
— É só que... ás vezes preciso vir para casa e ter um tempo só para mim. Ser eu mesmo.
“Ele olha você como se você fosse alguém que nunca conheceu”
— É que eu não quero... não quero ter que me justificar.
“A ironia é que você não pode culpá-lo. Não pode culpá-lo por nada disso. Quer dizer... olhe só para você! Você está um desastre. Irreconhecível até para os seus próprios olhos...”
— Você me pediu para vir aqui! Então eu vim.
— Eu te chamei porque queria conversar. Mas agora estamos brigando!
— Meu deus... você é tão infantil.
— Certo. Não aguento mais.
— Ok. Perfeito! Eis uma ótima resposta para uma conversa.
“Você chegou agora ao destino final da paixão. A desvalorização total e sem piedade de si mesma”
(Adaptado de: Comer, Rezar e Amar)